Visagismo

Durante a adolescência morria de medo de cortar os cabelos. Eu e toda a torcida do Internacional usávamos o mesmo corte. Ou seja, nenhum. Era o festival do cabelo comprido e reto. Ou comprido e com um V horroroso nas pontas. Ou então comprido e “desbastado” na frente. Não mexer no cabelo era mais seguro, ninguém arriscava mudar. Sem falar que, naquela época, quem era crespa era crespa. Quem era lisa era lisa (se bem que havia o permanente, o que de pior já existiu na vida). Não havia muito o que inventar. Lá pelos 20 anos, perdi o medo de cortar meus longos fios. Ia pro cabeleireiro e cortava, sem nem pensar muito. Médio, curto, com franja, sem franja. Reto, desfiado com navalha, irregular. Cortava, deixa crescer e cortava de novo. Com a cor, a mesma coisa. Nunca descolori, nem pintei de preto. Mas há 10 anos vario entre o marrom escuro e o castanho mel, faço luzes e tiro as luzes, clareio e escureço, faço mechas e cubro mechas.

Em fevereiro deste ano, tinha cabelos bem compridos. Usava um franjão pro lado e tinha leves luzes só nas pontas. Num ímpeto de não aguentar mais minha cara de Ivete Sangalo, corri pro salão e cortei curto, talvez um pouco abaixo do queixo. Tomei um susto, depois gostei. Acho que gostei. Pessoas disseram que eu tinha ficado com cara de menina. Pessoas também perguntaram por que não tinha feito aquilo antes. Mas eu nunca tive a certeza de que tinha feito a coisa certa. Não consigo ter a minha opinião, saber como me gosto mais. Sei que sinto falta dos meus cabelos e, ao mesmo tempo, acho lindo o cabelo curto das outras. É mais chique, mais elegante. Coisa de mulher segura. E parece que existe um corte, de verdade, e não apenas uns cabelos na cabeça. Mas... e sempre tem um mas, ADORO um cabelão pra me sentir mulherão, sabe? Enfim. Assim entrei numa fase de insegurança, incerteza e indecisão tamanhas que há 3 meses marco pra cortar os cabelos. E há 3 meses desmarco. Nesses 3 meses já marquei com quatro cabeleireiros diferentes. Até com um fodão de São Paulo eu marquei. E desisti em TODAS às vezes. Simplesmente porque não consigo decidir o que fazer. E por não saber se aquela pessoa com quem marquei ia fazer algo que realmente me deixasse feliz.

Hoje tenho horário marcado com DOIS. Já sei em qual deles eu vou, porque afinal chega uma hora que chega! Esse cara é dica da Adriana Farano, paulista, profissional da área que me falou dele em um dos blogs que leio. Segundo ela, quem decide pelo Visagismo não se arrepende. Visagismo? Fui procurar o que era. Segundo o Seu Google, é uma técnica que se baseia nos traços do rosto e na análise da personalidade para encontrar o corte de cabelo (e até a maquiagem) ideal pra gente, usa fundamentos das artes plásticas para achar o visual perfeito.

Abaixo, algumas dicas retiradas do livro de Philip Hallawell. Diz ele que existem oito tipos de formato e cada um possui características próprias.


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# hexagonal - é o tipo mais comum entre as modelos.
# redondo - tem um ar angelical e infantil.
# retangular - transmite seriedade.
# oval - é delicado e feminino.

Os formatos que mais se beneficiam de uma variedade de cortes e estilos são os que tem a proporção regular.

COMO ANALISAR O SEU ROSTO?

Divida-o em três partes iguais:


1) da testa ao meio dos olhos
2) do meio dos olhos ao final do nariz
3) do final do nariz ao queixo

A proporção ideal diz que duas partes dessas devem corresponder à medida que vai do meio do nariz à maçã do rosto. Se for menor do que isso, o rosto é fino. Maior, é largo.


# Feições - O corte deve harmonizar o conjunto formado por olhos, boca, nariz, ombros e pescoço.
# Tom de pele - As peles "frias" combinam com acessórios em prata e cores frias, como vermelho bordô e tons platinados. Já as peles "quentes" são mais favorecidas com tons vivos como os dourados e alaranjados. Para saber se a sua pele é quente ou fria, Philip dá uma dica: coloque um pano bege e um branco em torno do pescoço e observe qual ilumina mais a expressão. Se for o resultado apontar para o bege - sua pele é quente; se for o branco, aposte mais nas cores frias - roxo, preto, azul e verde.
# Maquiagem - Os tons escuros são usados para diminuir, enquanto os mais claros ressaltam.
# Comportamento e Estilo de Vida - A análise desses itens é fundamental para indicar a solução mais apropriada. Profissões mais dinâmicas pedem cortes ousados, com luzes, irregulares. Os fios retos e curtos são ideais para advogadas e executivas, expressam seriedade, poder e controle. O ondulado longo exacerba a sensualidade e não é indicado para ambientes de escritório. O mais importante é que a mulher saiba quem ela é, do que gosta e qual imagem quer expressar para o mundo. Com essas informações, as visitas aos salões de beleza vão mais prazerosas e principalmente, menos arriscadas.

PARA O CORTE:

Rosto Oval
Evite: Linhas ovaladas
Prefira: Linhas retangulares longas e assimétricas

Rosto Quadrado
Evite: Linhas retas, quadradas e ovaladas para não acentuar as formas.
Prefira: Formas retangulares com assimetria e formas triangulares

Rosto Redondo
Evite: Linhas quadradas e arredondadas
Prefira: Linhas triangulares, retangulares longas em forma de convexo

Rosto Triangular
Evite: Linhas retangulares largas, convexos.
Prefira: Linhas retangulares longas e levemente côncavas

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É hoje então. Como saio de férias amanhã e meu cabelo está horrível, não posso fugir da tesoura dessa vez. Depois eu conto pra vocês se houve um milagre. E posto fotos aqui. E aí conto também o nome do santo. Vamos ver se esse tal de Visagismo que se baseia nas artes plásticas funciona mesmo. Se não funcionar, juro que volto à adolescência e passo a usar os cabelos longos e lambidos, que nem a Monalisa.